Texto autoral da companhia reflete a espetacularização do cotidiano, será montado em Itajaí e será lido em Encontro Internacional de Dramaturgia
Comemorando os 30 anos de carreira da atriz itajaiense Denise da Luz, a Téspis Cia de Teatro estreia em agosto o espetáculo intitulado Índice22. A obra foi escrita por Max Reinert, também integrante da companhia. No solo, a atriz interpreta uma personagem que reflete a espetacularização da violência em nosso cotidiano através das relações sociais. A temporada de estreia será em Itajaí nos dias 18, 19, 25 e 26 de agosto e 08, 09, 15 e 16 de setembro na Itajaí Criativa – residência artística, às 20h. Os ingressos custam R$10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos antecipadamente no site EnjoyEvents.
Escrito e dirigido por Max Reinert, Índice22 apresenta uma narrativa fragmentada, bastante comum em tempos de mídias sociais, instigando a plateia a pensar sobre os comportamentos que expõe nossa vida no mundo virtual. Neste ano o texto é um dos representantes do Brasil no EDIE – Encontro Internacional de Dramaturgia Emergente, através de leituras encenadas em três países da América Latina, essas leituras serão feitas por artistas de cada país.
“Apresentamos no espetáculo uma expansão do corpo da atriz utilizando experiências com luz, vídeo, som e interatividade, recursos que nós da Téspis Cia de Teatro temos investigado em nossos últimos trabalhos”, comenta o diretor. A apresentação é indicada para maiores de 16 anos.
A montagem do espetáculo é realizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Fundação Cultural de Itajaí e Prefeitura de Itajaí, com renúncia fiscal da Brasfrigo e com apoio da Barbieri Litoral. A manutenção da Itajaí Criativa – residência artística é patrocinada pela PROCAVE – Empreendimentos e Incorporações.
Denise da Luz: 30 anos de amor ao Teatro
Denise da Luz, 51 anos, é uma personalidade do cenário itajaiense de teatro, um dos mais pulsantes de Santa Catarina. Começou a carreira em 1988 e desde então participou de mais de 30 espetáculos com distintas linguagens, atuando como atriz, diretora, adaptadora, figurinista e dramaturga. Junto com Max Reinert, fundou em 1993 a Téspis Cia de Teatro. Denise já ocupou importantes cargos públicos, entre eles diretora do Teatro Municipal de Itajaí (2009 a 2011), coordenadora geral do Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha (2011) e da Mostra Internacional de Teatro de Grupo (2001 a 2004).
Como atriz, alguns de seus papeis mais marcantes foram representados em Medéia (na adaptação em forma de monólogo do texto original de Eurípedes), Helena (no premiado Bodas…um ato cotidiano) ou ainda como Rosa (na versão teatral do livro O Pequeno Planeta Perdido de Ziraldo). Como diretora, realizou Pequeno Inventário de Impropriedades, premiado espetáculo da Téspis, e coordenou, entre outras experiências, a Cia. de Atores e o Grupo Teatral Ogrupo. Hoje é coordenadora pedagógica da Téspis Cia de Teatro, com a qual está em cartaz com três espetáculos, coordenou o projeto Reciclando com Arte, vencedor do edital Petrobras Socioambiental – Comunidades (2104), e orienta o GET – Grupo de Estudos Teatrais e o Laboratório Cena Contemporânea.
Entrevista pocket com Denise da Luz
Camila Gonçalves – Você é uma artista completa, trabalhando em diferentes frentes como atriz, diretora, adaptadora, figurinista e também dramaturga. Qual sua função preferida no teatro e por quê?
Denise da Luz – Na realidade o que eu gosto mesmo é de fazer teatro, não importa qual o trabalho que eu precise executar para isso. Como sou de uma geração e de uma cidade que tem a cultura do teatro de grupo, acabei acumulando e desenvolvendo várias funções que no início me dava a impressão de excesso de trabalho, mas hoje vejo como algo fundamental para a formação de um artista. Eu me realizo muito quando estou em cena, exercendo a função de atriz. Porém, a possibilidade de transitar por essas diversas frentes, me possibilita ver o trabalho da atuação de uma maneira mais complexa.
CG – Sua carreira em apenas uma frase.
DL – O teatro para mim é necessário para que eu me perceba como alguém no mundo.
CG – São 30 anos trabalhando com Teatro em Itajaí. De lá pra cá, quais foram as principais mudanças que ocorreram e quais desafios se enfrenta diariamente?
DL – Desde a época em que comecei a atuar, o fazer teatral profissionalizou-se muito. Temos ainda muito para avançar, mas já temos uma ideia de política cultural mais clara. Os mecanismos de fomento para o desenvolvimento de projetos culturais já fazem parte de muitas das pautas governamentais; sobretudo na criação de leis de incentivo através de renúncias fiscais.Sem contar que hoje, por conta do próprio avanço tecnológico, temos muito mais acesso as informações e consequentemente à formação na área artística, sendo através de ensino formal ou não.Uma questão que ainda me intriga e que nesses 30 anos de trajetória parece ser sempre uma incógnita, é de como podemos atrair o público, que precisa ser sempre e novamente conquistado.
SINOPSE ÍNDICE 22
O que nos define como pessoas? As experiências que nos acontecem no momento presente ou as memórias que acontecem após o acontecimento? Em um mundo cheio de imagens e cenários possíveis, necessitamos que algo nos aconteça para termos a impressão de estarmos vivos. Em mundo cada vez mais “espetacular”, até que ponto somos capazes de fazer do nosso sofrimento e do sofrimento alheio um show em busca de views e likes. Se a popularidade é a medida para nossas vidas, por quanto tempo será possível manter-se vivo?
FICHA TÉCNICA
atuação e figurinos DENISE DA LUZ
dramaturgia, direção, cenário e iluminação MAX REINERT
interlocução artística JULIANA GALDINO
interlocução artística e ambientação sonora HEDRA ROCKENBACH
fotografia e assessoria técnica LEONAM NAGEL
projeções ÂMBAR AUDIOVISUAL
design gráfico DANIEL OLIVETTO
assessoria de comunicação CAMILA GONÇALVES
operação técnica: SABRINA FRANCEZ
produção executiva: TÉSPIS CIA. DE TEATRO
Mais informações:
Denise da Luz (47) 9 9990-1516
Atriz e produtora da Téspis Cia de Teatro