A Maravilhosa Princesa das Bolinhas

“A maravilhosa princesa das bolinhas” é o décimo quarto espetáculo montado para infâncias pela Téspis Cia de Teatro, sediada em Itajaí, Santa Catarina. Trata-se de um solo de Denise da Luz, dirigido inicialmente por Max Reinert (que era o diretor artístico do grupo e veio a falecer em julho de 2023) e em seguida por Hedra Rockenbach, que assumiu a direção após a partida de Max, porém é uma profissional que já trabalha com a companhia há cerca de 12 anos, tanto na criação de ambientação sonora, como interlocutora artística.

Foto: Sarah Uriarte

O espetáculo apresenta em sua linguagem hibridismo entre atuação e elementos audiovisuais, onde a atriz se relaciona e interage com as imagens propostas, apoiada por ambientação sonora original e luz negra, criando desta forma um ambiente lúdico e fantástico, que se propõe a dialogar com as crianças para além da narrativa.

“A maravilhosa princesa das bolinhas”, é livremente inspirada na obra da artista plástica e escritora japonesa Yayoi Kusama. Com forte influência do surrealismo, modernismo e minimalismo, seu trabalho é uma mistura de diversas técnicas como colagem, escultura, pintura, arte performática e instalações ambientais, onde é visível uma característica que marcou sua trajetória: a obsessão por bolas e pontos.
Dando continuidade à pesquisa da Téspis Cia de Teatro em teatro para crianças, a peça não possui palavras articuladas e não se propõe a contar uma história com começo, meio e fim.

Apresenta uma narrativa construída a partir do corpo da atriz, do espaço cênico, dos sons e imagens, convidando a plateia a experimentar um jogo sensorial. Hedra Rockenbach agrega ao processo quando traz sua vasta experiência em tecnologia, utilizando-se inclusive de inteligência artificial para a criação de algumas imagens. Ela que também criou e opera luz e trilha sonora, estabelece um jogo ao vivo com a atriz, propondo diálogos em tempo real entre imagens e corpo, proporcionando desta forma um ambiente imersivo, divertido e provocante, que pretende dialogar com as crianças da contemporaneidade. A estreia da peça marca também a comemoração de 30 anos de atividades ininterruptas da companhia itajaiense, que além desta peça, está preparando uma série de atrações para o próximo ano.

Foto: Sarah Uriarte

Ficha técnica

Atuação e produção executiva: Denise da Luz
Direção, ambientação sonora, vídeos, iluminação e operação técnica: Hedra
Rockenbach

Dramaturgia: Denise da Luz e Hedra Rockenbach
Figurinos e adereços: Leandro Cardoso
Confecção da máscara: Cidval Batista
Costuras: Lélia Machado de Melo e Leandro Cardoso
Cenários: Max Reinert e Leandro Cardoso
Cenotécnico: Jociel Escolástico
Designer gráfico: Daniel Olivetto
Fotografia: Sarah Uriarte
Assessoria de imprensa: Camila Gonçalves
Realização: Téspis Cia de Teatro

Foto: Sarah Uriarte

Sinopse

O espetáculo propõe uma imersão lúdica e sensorial em um mundo feito de bolinhas. Livremente inspirado na obra da artista japonesa Yayoi Kusama, apresenta o trajeto de um corpo no espaço que ao relacionar-se com o ambiente à sua volta, vai se tornando ele próprio. Cenários, luz negra, elementos cênicos, ambientação sonora e imagens criadas por inteligência artificial aliados ao corpo da atriz, ajudam a criar este universo fantástico que convida a plateia a imaginar suas próprias histórias.

Histórico do espetáculo

  • Temporada de estreia (04 apresentações) em Itajaí/SC, na Itajaí Criativa-residência artística em dezembro de 2023 – atingindo cerca de 200 pessoas
  • Apresentação na Maratona Cultural 2024 – março 2024- Teatro da Ubro -Florianópolis/SC – atingindo cerca de 120 pessoas;
  • 04 apresentações pelo edital LPG estadual – Itajaí Criativa- Itajaí/SC – abril 2024 – atingindo cerca de 200 pessoas
  • 01 apresentação no FESTINFANTE – Teatro Municipal- maio de 2024 – Itajaí/SC – atingindo cerca de 400 pessoas
  • 02 apresentações no FESTIVAL DAS INFÂNCIAS – Sesc Prainha – Florianópolis/SC- atingindo cerca de 100 pessoas
  • 10 apresentações pela lei de incentivo à cultura de Itajaí junho/2024 -Itajaí Criativa – Itajaí/SC – atingindo cerca de 600 pessoas
  • 01 apresentação no VERÃO TEATRAL- Galpão da AJOTE- Joinville/SC – junho 2024 – atingindo cerca de 60 pessoas
  • Selecionado para o ANIMANECO (02 apresentações) – Teatro Juarez Machado– Joinville/SC – agosto 2024 – atingindo cerca de 800 pessoas
  • Convidado para o CONEXÕES CONTEMPORÂNEAS – Itajaí Criativa- Itajaí/SC – agosto 2024 -atingindo cerca de 50 pessoas
  • Convidado para o FESTIVAL DE ARTES DA UNIVALI (02 apresentações) –Teatro da Univali – Itajaí/SC- setembro 2024 – atingindo cerca de 750 pessoas
  • 04 apresentações para o Colégio São José – Itajaí/SC- outubro 2024 – atingindo cerca de 400 pessoas
  • Selecionado para o 52º Fenata (Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa)/PR – 01 apresentação – novembro 2024 – atingindo cerca de 150 pessoas
  • Selecionado para o 38º FESTIVALE – São José dos Campos-SP- 02 apresentações – novembro 2024 – atingindo cerca de 200 pessoas

Foto: Sarah Uriarte

O que já se disse

[A vastidão do universo particular]

Por Bob Sousa (durante o 38º FESTIVALE – S. José dos Campos/SP)

https://blog.bobsousa.com.br/a-vastidao-do-universo-particular

“O espetáculo A Maravilhosa Princesa de Bolinhas, da Téspis Cia de Teatro, apresentado no Cine Santana, na 38ª Edição do Festivale, com direção de Hedra Rockenback, é um convite para explorar um universo fantástico onde arte, tecnologia e imaginação se encontram. Inspirado pela obra da artista japonesa Yayoi Kusama, a montagem cria um ambiente imersivo de bolinhas instigando o público a interagir e criar suas próprias histórias dentro desse espaço onírico.

A construção visual é o elemento central do espetáculo, que transforma o palco em um universo infinito de bolinhas. A cenografia, desenvolvida sob a direção de Hedra Rockenbach, utiliza recursos como luz negra, imagens geradas por inteligência artificial e projeções para expandir o espaço cênico, criando a ilusão de que o ambiente não possui limites. Essa estratégia remete diretamente à obra de Kusama, cujos Infinity Rooms exploram a sensação de vastidão e a repetição obsessiva de padrões. No espetáculo, essa estética é traduzida de forma acessível e lúdica, conectando-se ao público infantil por meio do encantamento visual.

A interação entre a atriz Denise da Luz e os cenários é outro ponto alto da montagem. Vestida como uma extensão do universo de bolinhas, ela se movimenta de maneira coreografada, dialogando com os elementos projetados e integrando seu corpo à ambientação. Essa fusão entre corpo e cenário amplia as possibilidades narrativas, permitindo que a atuação não apenas conte a história, mas também a insira na linguagem visual. Sua presença em cena transita entre o lúdico e o poético, conferindo humanidade e emoção ao ambiente hipertecnológico.

A tecnologia é usada de maneira criativa e sensível. As imagens geradas por IA não se limitam a impressionar pela novidade; elas servem para provocar a imaginação da plateia e, a cada cena, novas configurações visuais são apresentadas, transformando o palco em um caleidoscópio de cores e formas. Além disso, a trilha sonora e os efeitos sonoros – também concebidos por Hedra Rockenbach – complementam a experiência sensorial, alternando entre momentos de imersão contemplativa e estímulos mais dinâmicos que capturam a atenção do público infantil.

Um dos méritos do espetáculo é sua proposta interativa. Embora a narrativa central seja deliberadamente aberta, a encenação cria uma estratégia para estimular a criatividade das crianças. Essa abordagem dialoga diretamente com a obra de Kusama, que frequentemente convida os espectadores a se perderem em suas instalações e interpretarem a arte de forma subjetiva.

Ao abdicar de uma narrativa linear e de diálogos, o espetáculo se posiciona como um campo aberto à subjetividade. A dramaturgia de Denise da Luz e Hedra Rockenbach não entrega uma história tradicional, mas constrói uma sequência de imagens e movimentos que estimulam a plateia a preencher as lacunas narrativas com suas próprias interpretações. Essa abordagem ressoa com o público infantil, que frequentemente se engaja mais pela experiência sensorial e emocional do que pela lógica sequencial de uma história.

A ausência de fala também amplia o impacto visual e sonoro, permitindo que o foco permaneça na interação entre o corpo da atriz e os elementos cênicos. Essa escolha reforça a ideia de que a comunicação no espetáculo transcende palavras, evocando emoções e ideias por meio de imagens e sons.

Mais do que espectadores passivos, as crianças e seus acompanhantes são absorvidos pela ambientação imersiva, sentindo-se parte do infinito mundo colorido que se expande ao redor. O design de luz negra cria a ilusão de que as bolinhas transcendem o palco e invadem a plateia, envolvendo todos em um espaço compartilhado. No espetáculo, essa ideia é traduzida em cena por meio de uma conexão orgânica entre corpo, luz e encenação.

A Maravilhosa Princesa de Bolinha é uma experiência visual e sensorial que dialoga com os conceitos de hibridismo e contemporaneidade propostos pela curadoria de Fabiana Monsalú, Reginaldo Nascimento e Simone Carleto. Inspirando-se na obra de Yayoi Kusama, o espetáculo combina arte, tecnologia e uma atuação encantadora para construir uma narrativa visual potente, a montagem convida crianças – e adultos – a explorar as infinitas dimensões de suas próprias histórias em um espaço que celebra o poder da imaginação.”

Bob Sousa é fotógrafo, pesquisador, crítico e doutorando em Artes Cênicas no Instituto de Artes da Unesp, onde tem Mestrado em Artes, e jurado de Teatro da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes e do Prêmio Arcanjo de Cultura

Necessidades técnicas

ESPAÇO:
Palco mínimo de 8m de profundidade por 8m de largura 03 coxias de 02 metros de
cada lado (além dos 8M de largura)
Fundo de tecido não drapeado preto.
Caso a madeira do piso do palco seja muito clara usar linólio preto
Altura mínima de 4 metros Duas varas de cenário

ILUMINAÇÃO:
12 par led RGBWAUV 18 Watts ou mais (serão usadas no chão – proscênio)
Luz de plateia dimerizável ou 04 frenéis de 1k
01 mesa de 0,80 X 0,60m p/ house de som e luz
02 réguas de A/C c/ 04 tomadas
01 estabilizador
01 mesa de luz p/ testar os refletores (após usa-se interface própria)

SOM:
Sistema de P.A. compatível com o espaço
02 direct box (caso a mesa de som não tenha entrada P10)
01 mesa de som (usamos duas entradas)
02 monitores de palco ativos

PROJETOR:
01 projetor laser 6.000 ansilumens full hd ou um ST lâmpada de 8.000 ansilumens full hd

Fotos: Sarah Uriarte